05/01/2000

Vento em popa

São por volta de 8 da noite, e estamos desatracando. Nos atrasamos. Ou melhor, Daire se atrasou, mas isso não vem ao caso. O problema é que agora é provável que não cheguemos à Redoma antes de amanhecer. Teremos que nos atrasar um dia, e esperar a madrugada em alto mar, para cruzarmos para alto éter. De qualquer forma, a viagem corre bem, e içamos velas com ótimos ventos. Talvez, se o vento continuar forte, cheguemos à redoma no início da manhã. Estou traçando uma nova rota inclinando pro sul pra me aproveitar das correntes da redoma. Ainda pode dar certo.
A tripulação parece preparada para a longa jornada, embora alguns não se dêem conta dos perigos que correremos em alto éter, e não saberem o ponto de fusão de todos os fios de cobre que compõem a rede de rádio e elétrica do navio.
Temos suprimentos suficiente pra uma viagem sem imprevistos, mas ovos de galinha podem sustentar qualquer odeniano por muito tempo, sem termos que sacrificá-las pra nos alimentar. Só espero que a trupulação saiba que há trabalho pra mais do que 3 marinheiros, e que com ou sem galinhas, não será possível dormir até tarde como os que levam ofícios mais tranquilos estão acostumados.
Hasteamos uma bandeira de Odenheim, um brasão da aristocracia de Vercel, e um escudo mangual pra dar sorte. Também levamos bandeiras não hasteadas, para sinalização e para representar os países de cada um dos tripulantes, por motivos diplomáticos óbvios, e para que no caso improvável de alguma avaria séria ao comandante, possa haver outra bandeira sinalizando tal acontecimento e estabelecendo ao Primeiro Marinheiro a capitania temporária, até que o comandante original possa voltar à ativa.
Já delonguei demais, preciso voltar ao timão e ao compasso, não devo voltar a escrever até chegarmos À redoma.
Capitão Klaas de Vercel, 5º de Regentes